Lynn Okamoto e sua pornografia misturada a violência!
Por
MIKA
Quem aí for do final da geração passada de otakus deve se
lembrar de que em meados do início dos anos 2000, em um tempo aonde a Internet
ainda era limitada, um anime diferente do que jamais se viu chegava às telas
japonesas. Aquilo, podemos dizer, causou repúdios e ataques de nojo para alguns
e diversão e encantamento para outros. Era um anime com uma temática totalmente
nova, quer dizer, não tão nova, pois o gênero de horror e pornô-horror já
existia. Mas a forma como o anime tratou chegou a marcar (e traumatizar) a
muitos. Uma certa chifruda de cabelos e
olhos rosas, exibindo toda sua nudez e sanidade, virou hoje uma referência
para muitos, aonde sempre vemos cosplays, DVDs, chaveiros, action figures...
Sim, é exatamente dela que estou falando: Lucy
ou Nyu, a garota psicopata com
quem eu me identifico do famoso mangá Elfen
Lied. Em algum momento da sua vida você deve ter ouvido falar desse anime. Beleza, mas por que eu estou
falando de Elfen Lied? Anos após o fim do anime, eis que chega outro anime que,
adivinha só, é do mesmo autor do mangá da chifruda, nosso querido e
psicótico Lynn Okamoto. Trata-se
de Gokukoku no Brynhildr (que eu
sei que é um nome difícil pra caralho de se pronunciar) e que segue a mesma
temática do seu “irmão mais velho superstar”.
Podemos afirmar que só de carregar o estigma do Elfen Lied,
as pessoas poderiam esperar de Gokukoku muita violência e nudez, como Okamoto
sabe fazer. Mas até que ponto Gokukoku consegue ser igual ao seu antecessor? Eu
já dei minhas primeiras
impressões antes. Será que elas mudaram? Vale lembrar que este texto
vai mais por minha opinião, por isso podem me criticar nos comentários e dizer
sua opinião sobre o anime em questão. Então, recomendo que para este post você
não tenha comido nada nos minutos anteriores, isto se você quiser manchar a
tela do seu PC de vômito, como na qual fez enquanto assistia ao filme do
Exorcista (tô ligado que uma penca que está lendo este post deve ter visto).
Quem assistiu Elfen Lied vai sabe do que estou falando. Tá, sem exageros. Mas
enfim, vamos nessa!
A história
Quando era uma criança, Ryota
Murakami estava apaixonado por uma garota misteriosa que ele apelidou de Kuroneko.
Ela adorava insistir que conhecia alienígenas e que até mesmo já tinha se
encontrado com eles, mas ninguém acreditava nela, até mesmo Murakami. Um
dia ela decide mostrar os alienígenas para ele, mas um grave acidente acontece
e Kuroneko acaba morrendo. Anos se passam e Murakami está obcecado para
achar a prova da existência dos aliens por causa da promessa que ele fez com a
garota. Até que um dia uma aluna transferida aparece em sua classe e não só ela
é parecida com a Kuroneko, como seu nome é Kuroha Neko! Ela insiste
dizendo que nunca se encontrou com Murakami antes, mas ele acaba descobrindo
que ela possui uma super-força e que pode até prever o futuro! Após alguns
eventos, Murakami descobre que Kuroha e outras garotas que possuem dispositivos
na nuca são, nada mais nada menos, que bruxas que estão fugindo de um
laboratório que parece estar pesquisando algo sinistro envolvendo aliens! Qual
será a relação dessa misteriosa garota com o passado de Murakami? Que relação
bruxas e aliens teriam?!
Considerações
Técnicas
Pela sinopse, eu não tenho dúvidas em afirmar que desta vez
Lynn Okamoto viajou legal (aposto que na hora de criar a história, devia
estar fumando maconha e lendo mangás pornôs. Brinks xD). É meio estranho
pensar em juntar magia com tecnologia. Claro que em Toaru Majutsu no Index e no recente Mahouka
Koukou no Rettousei temos essa combinação, beleza eu sei, mas aqui
o caso é diferente. Porra, temos aliens no meio! É Alien vs Bruxa literalmente! É meio estranho se pensarmos que ali
temos magia que é relacionada com vida fora do planeta. Mas olhando por outro
ângulo, na Marvel e na DC já era comum há muito tempo existirem seres
alienígenas no mesmo contexto que seres mágicos. E em outro anime já tivemos
uma presença alienígena com magia, que aviso que vai ser um baita dum spoiler,
quem não quiser saber, pule essa parte: [SPOILER] O anime é Puella Magi Madoka Magica. Tal presença
alienígena é do Kyuubei, cuja raça veio a Terra a vários anos e ajudaram na
evolução dos humanos, mas em troca querem gerar energia para o Universo, por
isso transformam garotas em mahou shoujos.
[FIM DO SPOILER]. Enfim, só pela ideia, memso que bizarra, ainda é algo bem
interessante. Mas vamos saber como que se saiu o anime. Começando pelos
personagens. E, como eu disse na análise do Kill la
Kill
e do Golden
Time,
independente do autor, a obra não tem personagens da obra anterior. Não tem
Lucy/Nyu, não tem Nana, não tem Kouta... Esqueça Elfen Lied, Gokukoku é outra
coisa bem diferente, mesmo tendo a mesma pegada de violência e pornografia, só
que no meio termo (isso eu já explico já, já).
Kana é a
“Mãe-Diná” do anime, é ela quem prevê alguns dos acontecimentos do anime. Ela é
um corpo que não move nem os olhos ou a boca, muito menos os braços ou as
pernas, por isso só pode se alimentar de comidas líquidas e se comunica através
de um aparelho estranho que transmite sua voz quando ela digita. No geral, ela
fica meio sem expressão, e age na maioria das vezes como se quisesse apenas
proteger Kuroha e mais ninguém. Ela é uma personagem gostável, mesmo eu ela não
tenha tanto impacto a não ser no último episódio.
Kotori é a
“gata-super-peituda” que aparece no anime. É aquela tímida que muitas vezes é
chata pra burro. Não curti muito ela.
Por fim, temos os vilões. Chisato é o cara sem emoções que faz as maldades que faz e que se
foda o mundo, e Mako/Valkyria era a bruxa burra e sádica que
por amor seguia Chisato mesmo sem ele retribuí-lo (ela tinha um motivo no
anime, que não irei revelar). Ela era doida mesmo, ela ria com a morte dos
outros, matava sem pestanejar, e ainda [SPOILER] quando Chisato morreu, ela chorou
para logo em seguida começar a rir feito uma louca, para logo em seguida querer
simplesmente matar todo mundo [FIM DO SPOILER]... Vixe, mano, essa garota é tão psicótica e perigosa quanto a Lucy/Nyu ou
aquela psicopata do CSI que era fascinada por maquetes e matava quem tinha
alvejante em casa...
Não vou falar de todos os personagens, pois não dá. E agora
irei para trama. Bom, uma coisa vou lhes falar: Pra quem espera sangue jorrando
pra todo lado e peitos à mostra o tempo todo, devo avisar-lhes: Gokukoku é menos violento e pornográfico
que Elfen Lied. O anime em si censura partes do mangá, ou seja, quem achou
que ia ver aqui o mesmo “calor” do Elfen Lied, viu que não é nada disso...
E o episódio final, então? Tentaram amarrar as pontas e dar um desfecho satisfatório para a
história. A intenção é boa, mas o resultado foi catastrófico. É claro que
tentar cobrir um arco tão longo e tão cheio de informações fundamentais para o
enredo em apenas dois episódios dificilmente iria resultar em algo sólido e
conciso, e sendo sinceros, É MELHOR
terem encurtado o arco do que encerrar o anime pela metade dele, deixando a
história incompleta, sem final e mais confusa. Porém, é claro que eu preferiria ainda mais que o anime tivesse mais de
13 episódios para poder cobrir direito o mangá. Obviamente que os caras
tinham essa noção, mas aí não acharam outra solução boa. Para conseguirem
cobrir o clímax em apenas um episódio, as ações dos personagens e eventos são
simplificadas ao máximo, além da ordem das ações e até personagens serem
trocadas (sendo que em alguns momentos, personagens são trocados de “posição”.
Exemplificando: Se no mangá personagem X faz tal coisa e Y não está lá, no
anime trocaram os dois fazendo com que Y é quem realizasse a ação e X nem
aparecesse).
Apesar disso, conseguimos captar bem a trama, por mais
simplificada que seja: Pessoas querendo
ser deuses, bruxas megalomaníacas e psicóticas, uma possível interferência
alienígena na Terra no melhor estilo “Eram
os Deuses Astronautas”... Ainda sim, faltou muito para que o anime
conseguisse conquistar as pessoas e no geral, decepcionou os fãs.
Curioso o fato que para muitos a ideia de encerrar o anime
no arco considerado por muitos como o melhor parecia uma boa ideia, mas no fim,
se mostrou algo bem decepcionante. Culpa dos produtores que tiveram preguiça de
fazer esse anime da forma que deveriam fazer. Aliás, isso se deve também ao
fato que muitos personagens foram introduzidos tarde demais na trama. Ou seja:
Se eles tivessem vindo amis cedo, a trama não estaria essa bagunça toda, com um
começo lento e um final feito “às pressas”.
Comentários Gerais
No geral, só pelo fato de ser do mesmo criador de Elfen Lied
já seria suficiente para que Brynhildr fosse um dos animes mais esperados da
temporada… se fosse há alguns anos atrás. Hoje a fórmula de Elfen Lied é
considerada por muitos desgastada – e pra ajudar o traço do autor não ajudava
muito, aind abem que melhorou. E para aqueles que esperavam um novo Elfen Lied,
ou mesmo para os fãs do mangá, se decepcionaram feio. Nada ali funciona. É tudo
um amontoado de tranqueiras, mistos de temas e personagens aleatórias, mal
encaixadas no roteiro e que transformaram uma proposta bacana em um grande
vazio.
Se eu recomendo? Sim
e Não. A ideia é boa, achei bem lega a iniciativa. Mas estou falando da
mídia. Se quiserem mesmo acompanhar a história, seja você fã ou não de Elfen
Lied, recomendo que peguem o mangá. Não perca seu tempo com o anime. Aliás,
acredito que para os otakus mais jovens, Gokukoku é uma boa iniciação a mente
de Okamoto, antes de conhecerem Elfen Lied. Se você gostar do mangá (o manga,
não o anime) então talvez você goste de Elfen Lied. Mas tem que ter consenso que no quesito violência e pornografia, perto
de Elfen Lied, Gokukoku não é nada. Se você é menor de 18 anos e/ou não está
acostumado a ver muito sangue ou nudez, realmente recomendo que vá começar por
Gokukoku. Aí depois você pode arriscar ou não o Elfen Lied. Depois escrevam pra
mim o que acharam.
Aliás, eu notei semelhanças marcantes entre Elfen Lied e
Gokukoku: A trama dos protagonistas se separando quando crianças e ressurgindo
através de misteriosas situações perturbadoras e a relação deles é algo que
parece característico de Okamoto. Aliás, até podemos dizer que Brynhildr, se
tratando de seu mangá, consegue ser “uma
versão melhorada de Elfen Lied”. O que também não quer dizer que a obra
seja o “Sucessor de certos Shingekis ou SAOs”, mas que possui seus leitores
tanto pela carga dramática como pelo tom de violência da mesma.
Ah, e
só para deixar de bônus, encerrando com Tengen Elfen Lied. Já que citei tanto ele neste post, tenho
de pelo menos dar os créditos.
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