Pelo menos pra mim
Por
MIKA
A temporada de Abril e Outubro costumam ser as mais
aguardadas e também as mais movimentadas. Isso porque é nestas temporadas que
grandes produções são lançadas, e também é geralmente nestas temporadas que animes
de sucessos costumam surgir. Não foi diferente em temporadas passadas, com
Shingeki em Abril de 2013, Magi em Outubro de 2012, Ao no Exorcist e Anohana em
Abril de 2011, e Mirai Nikki em Outubro de 2011. Tá, talvez haja exceções, como
SAO que veio em Julho. Mas falando da temporada de Outubro de 2013, tivemos
bons animes, como a segunda temporada de Magi e Kuroko. E não posso deixar de falar do meu favorito: Kill la Kill! Podemos
dizer que ele foi um dos animes que mais chamaram a atenção em Outubro, mesmo antes de sua estreia. Isso porque a
série carrega em seus “ombros” o peso de ser dirigida e composta pelos mesmos
criadores do cultuado e fodástico Tengen Toppa Gurren Lagann. E é por
isso que vesti a responsabilidade e costurei esta analise sobre este anime
(quem assistiu Kill la Kill vai entender). Hora de começar!
A história
A história acontece em torno de duas alunas que podemos
considerar “rivais”, Ryuko Matoi e Satsuki Kiryuin. Satsuki tem 18 anos e
é a presidenta do conselho estudantil e filha da diretora da escola Honnouji, que também é dona de uma
famosa empresa de roupas. A jovem presidenta impera sobre o colégio com poder e
força, e conta com a ajuda de um grupo forte de estudantes, a Elite Quatro (formada por Ira Gamagoori, Uzu Sanageyama, Houka
Inumuta e Nonon Jakuzure). Já
Ryuuko é uma aluna “vagabunda” de 17 anos, que se transfere para Honnouji em
busca do assassino que matou seu pai, Isshin
Matoi, sendo que a única pista que a garota possuí é a metade de uma
tesoura gigante que foi usada no assassinato. A chegada de um novo aluno
transferido portando uma poderosa espada Basami, além do surgimento de roupas
que dão poderes aos humanos pode trazer consequências inimagináveis.
Antes de qualquer coisa, um aviso prévio para quem for menor
de idade: No anime temos cenas de nudez,
presença de sangue e certas insinuações... É, isso é Kill la Kill. A série
foi um grande hit de 2013. Vendeu bastante, rendeu e ainda está rendendo spin offs, mangás, light novels, action
figures e diversos outros produtos relacionados. Mas de onde vem o
sucesso absoluto de Kill la Kill? Vamos por partes.
Não temos “o” protagonista, mas sim, “a” protagonista. Kill
la Kill é um dos poucos animes de porradas que conheço cujo protagonismo é de
uma mulher. Mesmo Soul Eater tendo a Maka como a principal, é o Soul quem acaba
ocupando o posto de protagonista. Acho bem legal isso, levando em conta que a
maioria das protagonistas femininos costumam ser em animes voltados para o
público feminino. Ponto para Kill la Kill!
A protagonista Ryuuko Matoi é uma garota forte, que, olha,
sendo sincero: Ela é um modelo de força para as garotas. Quer dizer, não tô falando que ela incentiva as garotas a ficarem
peladas (que é o que ela mais faz), mas ela incentiva coragem. Se os homens
protagonistas são modelos para os garotos, por que a Ryuuko não seria um modelo
para o público feminino? Ela é meio vagabunda, claro, ela é um daqueles
protagonistas imperfeitos, algo que gosto muito. Claro que ela é apelona, algo
que se tornou clichê, tanto que no último episódio a luta dela parece algo
tirado de Dragon Ball Z. Mas ela consegue ser uma protagonista carismática e
que mesmo tendo suas imperfeições, sempre luta para superá-las. Junto do Yato de Noragami, Ryuuko é uma das
melhores protagonistas de animes que existe.
A Mako é uma personagem que divide opiniões: Ou você gosta dela, ou você a ama. Tem
momentos em que ela é extremamente irritante. Outros, em que ela acaba sendo
tão, mas tão engraçada, que você acaba por dizer que ela é a melhor personagem
do Kill la Kill. Eu gosto dela, particularmente, mesmo ela tendo seus momentos
chatinhos, é uma personagem carismática. E além de ser uma das principais,
seria o par “romântico” da Ryuuko (?). Pois é, Kill la Kill tem certa apelação
para o yuri.
Acho que não posso deixar de falar da Satsuki. [A PARTIR DAQUI TERÃO SPOILERS, POR ISSO PULE ESSA PARTE CASO NÃO QUEIRA SABER]. Poxa, ela
fazia o papel da vilã principal, do final
boss, mas aí temos umas reviravoltas, e ela tipo, vira aliada! Foi por
causa dela que tive 100% de certeza que Kill la Kill era mais que um anime
foda: Era um super-hiper-mega FODA!
A Satsuki tem um jeito durão, que era forte no inicio, só pelos últimos
episódios que ela amolece um pouco.
Olha, eu gosto da Satsuki tanto quanto da Ryuuko. Não é minha favorita, mas
curti bastante o jeito dela, e achei que sua transição do bem para o mal (por
causa de certo motivo que não vou falar qual; nem em que episódio isso ocorre)
é algo que achei bem trabalhado. Quando isso acontece, sempre tem a chance de
estragar tudo, mas a Satsuki conseguiu manter o mesmo carisma mesmo tendo
mudado de lado. Isso vale para toda a Elite Quatro. [FIM DE SPOILERS]
A Harime Nui foi a personagem mais bizarra que conheci em um
anime. E pelo que entendi, ela é feita de Fibras da Vida... É alguém bem
bizarro, nem dá para saber se da para gostar dela ou não... Fora que alguém que perde os braços, é
atingida por uma espada, sangra pra caralho e ainda arranca seu coração, e
depois disso tudo, não morre, e fica sorrindo... BIZARRO!
Ah, mas não posso encerrar a parte dos personagens sem citar
a minha personagem favorita: Nonon
Jakuzure, pra mim, foi uma das melhores personagens de Kill la Kill. Não
sei como é a relação de outras pessoas com ela, mas eu a curti sua
personalidade, adorei, a achei bem legal, me identifiquei com ela. Talvez a voz dela possa irritar algumas
pessoas, pois ela é meio “desafinada”. Mas isso foi um dos fatores que deve ter
dado a característica dela. Nonon, ao
lado da Nora de Noragami, vai entrar para minha lista de personagens favoritos
femininos.
É por causa disso que uma parcela até que pequena de pessoas
largou o anime. E como eu disse, grande parte são as garotas, por acharem
“pornográfico demais”. De fato é, fora que tem uma violência que é algo que
ajuda a tornar Kill la Kill bem adulto. Mas o que Kill la Kill tem de tão bom?
A começar pela virada que falei [SPOILER] da mudança de lado da Satsuki [FIM DE SPOILER] e de umas
revelações bombásticas. O anime, posso dizer que chegou algo, acho que próximo
ao Harry Potter (por favor, não me matem!): Ele começou frio, foi se desenvolvendo e se tornou algo extremamente
foda ao cubo do milésimo do quadrado. Tá, não vamos mais comparar ao
bruxinho. Mas Kill la Kill foi crescendo,
foi tomando forma e identidade própria. No inicio, era algo “morno” que se
apoiava na fama de seu irmão mais velho, Tengen
Toppa Gurren Lagann, mas com o tempo foi se tornando independente, e
conseguiu fazer seu sucesso sem se apoiar mais em Lagann. Eu acho isso bem
louvável de Kill la Kill.
As influências de Lagann podem ser vistas facilmente em Kill
la Kill, mas a coisa acaba por ser diferente. É a mesma coisa Golden Time, que é da criadora de Toradora!:
Não tem nenhum personagem da série anterior neste anime. Simon, Yoko e o resto
ficaram para trás. Aqui temos gente nova, tudo novo. E Kill la Kill conseguiu
superar as nossas expectativas. Não é um novo Laggan. É algo totalmente novo. A
história de Kill la Kill pode parecer a primeira vista algo bobo, mas isso só a
primeira vista. As cenas de batalha é tipo Dragon Ball Z: Cheio de transformações
e golpes foderosos, explodindo tudo. No último episódio, em que a cena da
Ryuuko no espaço parece algo tirado de DBZ. Acho que os caras realmente
assistiram muito o anime de Akira Toriyama...
A animação, sendo sincero, é algo bem “tosco” no bom
sentido. Comparado a outros animes que eu vi, é uma animação simples e meio
estranha. As cores, a ação dos personagens, e a aparência deles é algo simples
e brusco, e que pode causar repudio-nos mais conservadores. A coisa toda parece
mais um daqueles desenhos toscos do Cartoon Network ou da Nickelodeon. Mas isso
é outra característica inovadora de Kill la Kill: Anime não precisa ser “bonito” para ser bom. Tá cheio de animes com
traços suaves e bonitos, mas que tem uma porcaria de história e desenvolvimento.
Aqui, o negócio não é ser o anime mais bonito e bem feito que exista, mas sim,
é contar uma boa história.
O 3D é simples, mas eficiente. A direção nem preciso falar,
estando nas mãos de Hiroyuki Imashi
(que nem preciso falar que cuidou de Lagann, né?) é muito boa! Os roteiros de Kazuki Nakashima e o character design de SushiO estavam muito bons. Só a equipe de Lagann para fazer algo
bom assim. A dublagem é boa, a sempre linda e ótima Ami Koshimizu (a Kallen de Code
Geass) estava muito foda como Ryuuko. Ryoka
Yuzuki (a Takako Shimizu de Chobits)
tava boa como a Satsuki... Ah, e Mayumi
Shintani (a Tsubasa Shibahime de KareKano)
arrasou como Nonon!
A trilha sonora era muito boa! Tinha umas musiquinhas de fundo
daora, que quebravam tabus sobre trilhas
sonoras de animes: De que elas precisam ser bonitinhas, algo no estilo Bleach
ou One Piece. Era uma trilha sonora bem num mix de pop e punk. Os encerramentos
não curti, mas as músicas de abertura são boas. Mas vai da opinião de cada um.
Comentários Gerais
Kill la Kill com certeza foi um dos melhores animes de 2013.
Quando anunciado, todo mundo tinha alta expectativa sobre ele, e isso se
confirmou! Tem menos episódios de Lagann, mas conta uma história tão boa quanto
a dele. Tá, parando de comparar, posso dizer que Kill la Kill se encerrou com
aquele ar de “missão cumprida”, de que conseguiu se tornar independente do
irmão. Não é uma série para a família, mas é algo surpreendente. Um anime, como
dizem “cheio de testosterona”.
A
possibilidade de ter continuidade é nula, uma vez que a história acabou ali. Não
irão prolongar mais, mesmo com o sucesso que teve, tal qual também não
prolongaram Gurren Lagann. Mas é possível curtir cada um dos 24 minutos do
anime, que passam freneticamente, e te fazem querer ver logo o próximo. Mas uma
coisa é certa: Kill la Kill, junto de Shingeki no Kyojin, vão entrar para o
grande Hall dos Animes, que incluí
os já consagrados Dragon Ball, Sword Art Online, One Piece, e, claro, Tengen
Toppa Gurren Lagann.
Reforçando
mais uma vez: Nonon é a melhor personagem.
Ah, e
só para deixar de bônus, encerrando com Tengen Toppa Gurren Lagann. Já que citei tanto ele neste post, tenho
de pelo menos dar os créditos.
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