Vamos jogar?
Por
MIKA
Com a temporada de Abril chegando ao fim, muitos animes bons se despedem. Alguns ainda vão sobreviver por um tempo, tipo Haikyuu e Mahouka. Ainda sim devo afirmar que esta temporada foi até que boa, tivemos muitas surpresas, e acredito que até agora esta temporada foi a melhor de todas. Agora, eu aqui, irei fazer uma singela análise de um dos animes que mais se destacaram: No Game No Life, o anime “brazuca”. Para os que não sabem, o autor da novel a qual o anime se baseia é um brasileiro chamado Yuu Kamiya, cujo nome verdadeiro é Thiago Lucas Furukawa. Sim, é exatamente isso. Foi um brasileiro quem está por trás deste anime, o que chamou a atenção de muita gente. Talvez outro fator para essa atenção toda tenha sido o fato de Kamiya ser o character design das novels de Itsuka Tenma no Kuro-Usagi (que ganhou um anime em 2011). Eu inclusive já fiz primeiras impressões do anime, e agora é hora de dar o veredito! Vale lembrar que esse texto vai mais por minha opinião, por isso podem me criticar nos comentários e dizer sua opinião sobre o anime em questão.
Depois de 12 episódios, será que o anime cumpriu seu
potencial? Será que esse anime conseguiu uma qualidade boa, mesmo sendo de um
brasileiro? Afinal, se mesmo os japoneses falham, o que seria dos brasileiros?
Antes de continuar, que quiser pode ver a análise do ElfenLied Brasil, que lá exprime outro ponto de vista.
Antes de continuar, que quiser pode ver a análise do ElfenLied Brasil, que lá exprime outro ponto de vista.
A história
A história gira em torno do garoto Sora e da garota Shiro, dois irmãos que carregam a reputação de serem NEETs brilhantes
(ou seja, dois garotos que não estudam, não trabalham, não fazem nada da vida, só ficam na frente do computador). Os dois hikikomoris são gamers conhecidos por toda a internet pelos seus feitos brilhantes, enquanto encaram a vida real apenas como um jogo chato, defeituoso… Um dia eles são “convidados” por um garoto chamado de Deus Tet para uma espécie de mundo alternativo onde tudo é decidido na base dos jogos: aqueles que vencem recebem a propriedade de tudo e com isso a humanidade estará livre de guerras, mas próxima do colapso. Agora resta saber se Sora e Shiro serão capazes de “vencer” esse jogo também para evitar que o mundo acabe.
(ou seja, dois garotos que não estudam, não trabalham, não fazem nada da vida, só ficam na frente do computador). Os dois hikikomoris são gamers conhecidos por toda a internet pelos seus feitos brilhantes, enquanto encaram a vida real apenas como um jogo chato, defeituoso… Um dia eles são “convidados” por um garoto chamado de Deus Tet para uma espécie de mundo alternativo onde tudo é decidido na base dos jogos: aqueles que vencem recebem a propriedade de tudo e com isso a humanidade estará livre de guerras, mas próxima do colapso. Agora resta saber se Sora e Shiro serão capazes de “vencer” esse jogo também para evitar que o mundo acabe.
Considerações
Técnicas
Se em algum momento você pensou em comparar No Game No Life
com Sword Art Online por causa
temática de games, é melhor tirar o cavalinho da chuva. Na verdade a série tem
um aspecto muito mais próximo de séries como Phi Brain e talvez uma pitada de [C] - claro que com uma identidade e uma proposta diferente, mas a
ideia de salvar a humanidade com jogos nos remete a ele. No mais, o potencial
no papel existe. Seguindo o ritual
padrão, falarei dos personagens primeiro. A começar pelos irmãos Sora e Shiro.
No anime não é mostrado o sobrenome deles, e isso não tem importância nenhuma. Sora, o irmão de 18 anos, é um cara que
segue a risca a linha tênue entre a babaquice e a genialidade: O cara tem seus
momentos bem cômicos e “idiotas” no bom sentido, mas ele também se demonstra um
gênio sem igual, um estrategista tão brilhante quanto o Shikamaru de Naruto. Talvez
melhor! Fora que o cara é bem ousado e quer ser um Deus o que poderia
aproximá-lo do Kira, mas diferente do Kira, Sora tem compaixão e não pensa duas
vezes na hora de poupar o outro. Basta ver o último episódio, que é um belo
exemplo disso. Já Shiro, 11 anos, é
a menina loli que aparenta ser frágil, mas se mostrou tão inteligente quanto o
irmão, ou até mesmo mais inteligente que o mesmo. Só pra ter uma noção, ela faz
uns cálculos complicados que nem eu conseguiria. E ela só tem 11 anos! Ela pode
parecer meio “sem emoção” em alguns momentos, mas ela, junto do Sora,
complementa os momentos de comédia e empolgação. Não é a toa que no anime eles
formam a dupla “Kuhakuu” que jamais perde.
Stephanie (ou Steph) é a garota tida como “alívio
cômico adicional” uma vez de apesar de ser inteligente em alguns momentos, ela
acaba na maioria das vezes sendo a “idiota que sempre se dá mal”. Basta ver no
episódio 06, que ela se ferrou por completo. Nos demais, dispenso comentários.
Ela pra mim é uma personagem “gostável”.
Clammy (ou Kurami em algumas adaptações) tem 18
anos e é uma personagem que pode dividir um pouco os fãs. Ora ela é engraçada,
ora é uma mosca-morta... E ficou ainda aquela implicância por causa do tamanho
dos peitos dela, que eram bem pequenos... Será que tinha necessidade? Feel é a
elfa que se tornou amiga dela, e é justamente a garota “inocente” desse anime.
É meio zoado a relação dela com a Clammy, parece algo yuri, não sei direito. Ah, e apesar de ter aquele corpão e aquela
carinha de criança, ela tem 52 anos, só pra constar...
Por fim, temos Izuna, de 8 anos, a garota que não sei se é
metade raposa ou metade lobo ou até mesmo metade gato... Não sei. Só
sei que ela é tão fofa quanto a Shiro! Acho que os lolicons de plantão com
certeza iriam pirar. É bem engraçado o jogo entre ela e o Kuhakuu, a
personalidade dela condiz com a realidade onde ela está, não é nada fora dos
padrões. Age com certa frieza em alguns momentos, mas em outros ela condiz com
sua idade. Uma personagem encantadora... Não tanto quanto a Jibril, mas...
Agora vamos para o enredo, e que enredo! Só pela sinopse já
dá pra ver que o que vemos é um anime aonde a inteligência e a estratégia são
as armas principais. Tem gente que diz
que se decepcionou porque quase não tem luta corporal, mas porra, e daí? Nem
Death Note tinha, e era foda. Então, já vou alertando que para aqueles que
só gostam de animes de lutinha (os battles shounens) que continuem na de vocês
com Naruto ou Dragon Ball. No Game No
Life, assim como Death Note, não foi feito para quem só gosta de ver anime de porrada.
A trama é toda composta de pura inteligência, uma vez que ali eles estão
lidando com jogos como xadrez ou truco. Até mesmo nos mais simples jogos há
certa estratégia em campo. Em que outro
anime uma simples partida de jo-ken-pô ou um simples cara-ou-coroa acaba
envolvendo estratégias incríveis, com cálculos matemáticos bem avançados? Sim,
este anime é um pouco complicado, talvez pra quem seja bom de matemática seja
mais fácil acompanhar a linha de raciocínio dos personagens. Se você aprende química com Fullmetal
Alchemist, como No Game No Life aprendemos um pouco de matemática e estratégia.
Outro fator bastante bacana é as inúmeras referências a
outros animes, como Jojo’s Bizarre
Adventure. Ou ainda a games como Final
Fantasy. Isso é um ponto bem positivo, pois enriquece mais a trama (e a
comédia). Animes fazendo referência a outros não é coisa nova, vejam, por
exemplo, Outbreak Company ou Lucky Star. Mas, pelo menos pra mim,
acho divertido quando fazem referências. E, sendo sinceros, um anime que faz referência
a games é algo que pouco se vê. E essas referências tem tudo a ver com
o contexto do anime.
Isso poderíamos considerar como um defeito para alguns e um
detalhe para os outros. Dá para ignorar o ecchi? Claro. Com tantas coisas fodas
ocorrendo, só mesmo sendo um tarado que só sabe se masturbar com garotas de
anime pra querer prestar mais atenção nos peitões e nas calcinhas e nas cenas
de nudez (sem ofensas). Dá para evitar o ecchi?
Na maioria das vezes não, pois você o vê ali claramente. Meu conselho é que não
fiquem ligando pra isso, se deixem levar pela história. O ecchi é só um detalhe. Mas ainda sim, ele está lá, e alguns
momentos, por mais incrível que pareça, ele acaba sendo parte importante da
trama. Eu poderia dar exemplos, mas aí eu acabaria dando muitos spoilers, e o
pior é que esses spoiler seriam de partes bem importantes do anime. A única coisa que posso falar é que não
há outro anime aonde a área andrógena de uma garota seja em suas asas
(Dica: Se sua namorada for alada, fique esfregando o dedo nas asas, perto de
onde nascem as penas na estrutura principal. Segundo este anime, ela vai sentir
prazer e vai gemer como se estivesse sendo penetrada).
Sobre
a animação, é algo bem surreal e colorido. As cores brilham e são suaves,
parece até que estamos em um sonho. O designer dos personagens é bonito. Os
desenhos de Yuu Kamiya são muito lindos e com bastante vida, e o anime
conseguiu transmitir tal sensação. O 3D, apesar de pouco presente, também
garantiu uma qualidade muito boa. Sob a direção de Ishizuka Atsuko (Aoi
Bungaku, Supernatural) e roteiros de Hanada Jukki (Level E,
Kuragehime), posso afirmar sem dúvida alguma que o estúdio MadHouse (Death Note, Nana, Chobits, Hunter x Hunter) fez um bom
trabalho. Eu li em algum lugar que MadHouse deveria usar o mesmo padrão de
animação que usou em Death Note em todos os animes. Isso foi um leitor quem fez
acho que em um post de anúncio de No Game No Life. Achei isso um absurdo, pois
mesmo Death Note sendo um grande sucesso do estúdio (e convenhamos que hoje em
dia a MadHouse não é mais o estúdio que temos certeza de sucesso no Japão)
acredito que usar o mesmo clima sombrio em todos os animes não vá garantir
sucesso. Até porque nem todos os animes produzidos pelo estúdio tem o mesmo
clima, como No Game No Life ou em Hunter x Hunter. Ainda confio um pouco no
MadHouse mesmo com suas mancadas (os animes da Marvel foram as piores) e ele
ainda é um dos estúdios mais tops do Japão. A verdade é que todo estúdio produz
um anime ruim em algum momento, mas isso não significa que o estúdio em si seja
ruim.
Sobre a dublagem, achei muito foda. Yoshitsugu Matsuoka (o Kirito de SAO) fez um bom trabalho como Sora, junto de Ai Kayano (a Menma de AnoHana) que estava no papel da Shiro. Ainda tivemos:
Yoko Hikasa (a Mio de K-On!) como Steph; Yukari Tamura (a Rika de Higurashi no Naku koro Ni) como Jibril; Yuka Iguchi (a Index de To Aru Majutsu no Index) como Clammy; Mamiko Noto (a Ai de Jigoku Shoujo, e uma caralhada de
personagens famosos que vou deixar para vocês pesquisarem) no papel de Feel; Miyuki Sawashiro (a Saeko de HOTD) como Izuna; e por fim Rie Kugimiya (o Alphonse de Fullmetal
Alchemist) como o Deus Tet. A trilha sonora é fantástica, destaque para a
música “This game” por Konomi Suzuki
(a mesma de Tasogare Otome x Amnesia).
Comentários Gerais
No Game No Life foi o que Strike the Blood deveria ter sido: Um
protagonista inteligente e ao mesmo tempo engraçado, personagens bastante carismáticos,
um humor natural e que sempre aparece nos momentos exatos, um harém
equilibrado, e por fim, a cereja desse bolo de chocolate com morangos e
cobertura de baunilha: conflitos e situações
não resolvidos na porrada, mas com jogos aonde as armas são a inteligência e as
peças do jogo. Eu estou comparando com STB porque STB também tinha potencial
(coloquei isso na análise), mas foi tudo desperdiçado, enquanto em No game No
Life isso não ocorre. Vou falar uma coisa, um desabafo geral: Yuu Kamiya, mesmo sendo brasileiro, fez uma
obra que em muita coisa supera as bostas que os japoneses têm criado esses
anos, como STB. Sei que sempre tem um anime ou outro que é legal, mas no
geral a maioria só se foca em batalhas e em um ecchi com harém, que acabam só atrapalhando a trama. Claro que o ecchi de No Game No Life é clichê, mas
ele ainda sim consegue superar muitas coisas. Até algum tempo eu dizia que
somente o país de origem de determinada marca conseguiria produzir algo bom com
ela, visto como fracassaram as adaptações em anime da Marvel e o filme de 1998
do Godzila, produzido em solo americano. Foi só No Game No Life e o novo
Godzilla chegarem pra tudo mudar. Yuu pode ser brasileiro, mas a forma como ele
criou sua novel é bem típica dos japoneses, só que indo para um patamar tão bom
quanto a série Monogatari de Nisio Isin. Talvez seja por ele estar naturalizado
no Japão que ele acabou pegando o ritmo das coisas mais facilmente, não sei
direto...
Eu
recomendo bastante este anime. É uma história engraçada,
cheia de embates psicológicos, fugindo do tradicional battle shounen, e ainda nos apresenta elementos bem surreais e bem
utilizados. Se você gosta de animes aonde há mais batalhas psicológicas e
intelectuais, recomendo este anime. Se você
gosta de uma boa comédia, recomendo este anime. Se você se cansou do
tradicional anime de batalha, recomendo este anime. Mesmo se você só quiser ver
as garotas peladas e que se foda a história, No game No Life também é uma boa
indicativa (e acredito eu que você vai acabar prestando mais atenção na
história que nas meninas peladas). Agora,
se você não tem paciência para ver um anime sem lutas, ou não gosta de animes
de ecchi independente se a trama for boa ou não, então passe longe deste anime.
Apesar de eu achar que uma pessoa que só vê anime de luta deveria experimentar
outros gêneros, não irei obrigar ninguém a ver. Mas se você tem preconceito por
causa do ecchi ou da falta de lutas, recomendo que assista pelo menos 3
episódios antes de tirar qualquer conclusão precipitada.
A novel, publicada pela Media
Factory tem 6 volumes e se encontra em publicação. Então, ainda temos um
pouco de material para uma segunda temporada. Por enquanto ainda não saiu a
média de quanto os DVDs ou BDs venderam, então não sei dizer se foi um fracasso
ou um sucesso, portanto não sei quais as chances de uma segunda temporada. Mas
é merecido uma continuação, não concordam?
Por
MIKA
Ah, e a
Jibril continua sendo a melhor personagem, só pra constar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário