Um tipo diferente, porém interessante, de se fazer um mangá!
Por MIKA
Todo mundo
já deve ter lido tirinhas do Garfield ou
do Níquel Náusea ou de qualquer outro
personagem nos jornais. O mesmo nas revistinhas da Turma da Mônica, cuja última
página há uma tirinha. O negócio é: Tirinhas são coisas sérias! Pelo menos pra
mim. E hoje, falarei de um estilo de mangá diferente: o Yonkoma (ou 4-koma). Este estilo de mangá tem crescido cada vez
mais, e conquistado cada vez mais fãs. Porém, existem ainda alguns que olha
torto para esse estilo. E estou aqui hoje para justamente para falar sobre este
“estilo” de mangá e os motivos para vê-lo como um mangá como qualquer outro!
Depois, deixem seus comentários, falando o ponto de vista de vocês!
O que é Yonkoma?
Yonkoma,
para quem não sabe, é um mangá no formato de tirinhas composto por quatro
painéis de tamanhos iguais ordenados de cima para baixo (podem ser ordenados
também da direita pra esquerda horizontalmente ou usar um estilo híbrido 2x2, o
que varia de acordo com layout da publicação). No mundo todo yonkoma vem do
japonês, mas o estilo existe fora do Japão em outros países da Ásia e no
continente americano também. Eles são, mais ou menos, assim:
Funciona da
seguinte forma: No primeiro quadro, se forma a base da história e mostra os
personagens e o cenário; No segundo, se desenvolve a situação com base nas
informações do primeiro quadro; No terceiro, é o clímax, onde ocorre uma situação inesperada; E no quarto e último
quadro, temos o desfecho (geralmente cômico) da história, sendo que os efeitos
do terceiro quadro surtem aqui.
Considerações
Técnicas
O yonkoma
pode se caracterizar por apresentar situações de comédia, e na maioria das
vezes, não ter nenhuma trama específica, consistindo apenas em situações
episódicas (claro que há exceções). Por isso, tem gente que olha meio torto
para este tipo de mangá. Eu, por exemplo, conheço um cara que é “chato” em
relação a mangás (os únicos que ele gosta mesmo são Haikyuu!!, One Piece e
Zettai no Tempest), e pelo que sei dele, com certeza ele não demonstraria
interesse algum em mangás yonkoma. Não estou tentando obriga-lo a gostar de
yonkoma, pelo contrário, se ele não gosta, isso é o estilo dele, cada um tem o
seu. O que quero dizer é que tem gente que julga mangás yonkoma como coisas
infantis e que não vende nada e nem tem sucesso, sem nem mesmo conhecer. Por
isso, acredito que primeiro devemos conhecer para enfim decidimos se gostamos
ou não. Fora que não é o estilo de mangá quem define se a história é boa ou
não: Assim como existem mangás de luta e aventura bons, existem outros que são
muito ruins (mas aí é do gosto de cada um determinar o que é bom ou ruim). Embora a grande maioria dos mangás desse
estilo sejam de comédia, um mangá não tem uma comédia igual a outra (talvez só
um pouquinho). E sobre esse papo de não ser um sucesso: Papo furado! Embora não
façam tanto sucesso quanto os shonens da
famosa Shonen Jump, os yonkoma podem fazer bastante sucesso, até mesmo um sucesso
gigante. Quer um exemplo: Atire a primeira pedra quem não conhece, ou pelo
menos nunca ouviu falar, o nome K-On!.
O anime sobre garotas colegiais de um clube de
música e que adoram tomar chá e comer bolos é, com certeza, um dos animes
mais conhecidos do mundo otaku. Ou não me diga que você nunca encontrou alguma
coisa (cosplay, DVD, chaveiro, miniatura, etc.) relacionado a K-On!? Pois é, e
este anime que tem vários fãs começou como um mangá yonkoma, escrito por Kakifly (que por sinal, é um homem, o que
prova que homens também podem escrever séries shoujo). K-On! (ou Keion!)
é a prova que yonkomas podem fazer um grande sucesso. Se não, por que os
estúdios iriam investir em um anime baseado neles? Os estúdios Kyoto Animation e A-1 Pictures estão aí como prova. Eles são estúdios famosos, e
investiram em animes baseados em yonkomas: K-On!, Nichijou e Lucky Star pela
Kyoto Animation; Working!! E Servant x Service pelo A-1 Pictures. Além disso,
estúdios menores como Nomad e Dogakobo também são bons exemplos de produtores
de animes Yonkoma, tendo como exemplo Kitakubu Katsudou Kiroku e Love Lab,
respectivamente.
Enfim,
Yonkoma é algo que faz parte da cultura otaku, e não podemos negar. Vejam bem,
eu reforço o que já disse antes: não
estou obrigando ninguém a gostar de algum mangá, só estou falando desse estilo
de mangá. E não importa se é yonkoma ou não, a história pode ser boa ou ruim,
depende do gosto de cada um. E como
eu já disse, na maioria das vezes, são comédias leves, como as tirinhas da Turma
da Mônica. E, como eu falei, não costumam seguir uma história exata, os
capítulos são episódicos, sem que um tenha relação com o outro. Há exceções,
como K-On!, que mesmo sendo episódico, segue a história do colegial das
personagens. E mais: dependendo da história, as situações podem ser simples
(como em Lucky Star ou K-On!) ou então totalmente absurdas (como em Nichijou! e
Kitakubu Katsudou Kiroku).
Mas alguns
absurdos podem ser bons, não? Em Kitakubu Katsudou Kiroku, as garotas vivem
situações inusitadas e, comumente, absurdas. Os capítulos são episódicos, e
várias vezes, elas demonstram ter noção de que estão em um anime. No episódio
11, por exemplo, elas acabam confundindo com o último episódio e fazem uma
reunião cômica para decidirem como deve ser o último episódio. Mas não há
mangás que já fazem coisas assim? Quer dois exemplos bem famosos? Gintama e Sket Dance. Ambos são da famosa Shonen Jump e fazem coisas do tipo,
além de apresentarem alguns absurdos. E nem são yonkomas! Ou seja, que
diferença haveria entre o yonkoma e o mangá comum? E olha que Gintama é um
mangá bastante famoso. Por isso, o dogma de que mangás normais vendem mais que
yonkomas também não é verdade, e até porque, um mangá vende se sua história
agradar os leitores de determinada revista!
Comentários
Gerais
Apesar de
tudo que falei, é fato que ainda são poucas as editoras que publicam esse tipo
de material. Por enquanto, temos quatro representantes: Houbunsha, Square Enix, Ichijinsha e
Kadokawa Shoten. E yonkomas costumam ser
publicados em revistas mensais, bimestrais ou trimestrais. Por isso, leva um
bom tempo para uma publicação desse tipo de mangá ser concluída. Lucky
Star, por exemplo, está aí desde 2004, com apenas 10 volumes publicados até
agora. Fora que dificilmente, veremos
esse tipo de publicação aqui no Brasil. Até agora, temos como representante
desse tipo o mangá K-On!, publicado pela editora NewPop. Ainda sim, acredito
que se deve investir neste tipo de mangá. A NewPop, graças ao K-On!, provou que
esse tipo de publicação pode render para a editora. Mas também pode não dar
certo, algo que acontece com qualquer mangá. De qualquer forma, deixo vocês
aprovarem ou não. Se vocês não gostam de comédias, então com certeza não vão
gostar de yonkomas. Agora, se você gosta
de ler comédias para se divertir muito, aí sim os yonkomas são recomendados. Eu
recomendo dois especificamente: Servant
x Service e Working!!, ambos de Karino Takatsu. Mas a escolha fica a
cargo de vocês.
E reafirmo
mais uma vez que vocês quem escolhem o que querem. Tenha a liberdade para
escolher se prefere mangás tradicionais ou o yonkoma. Não precisa gostar. Eu
estou aqui apenas para derrubar o preconceito (na verdade, é pré-conceito) em
relação aos yonkomas. E digo: antes de olhar torto para algo, conheça antes,
pois vai que seja algo bem legal. E após ler este texto, me diga se seu olhar
mudou ou continua o mesmo. Digam nos comentários a opinião de vocês. Afinal,
liberdade de expressão é algo bem legal e que todos deveriam ter, não?
Por MIKA
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