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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Analisando- Yonkoma, um mangá como qualquer outro

Um tipo diferente, porém interessante, de se fazer um mangá!


Por MIKA

Todo mundo já deve ter lido tirinhas do Garfield ou do Níquel Náusea ou de qualquer outro personagem nos jornais. O mesmo nas revistinhas da Turma da Mônica, cuja última página há uma tirinha. O negócio é: Tirinhas são coisas sérias! Pelo menos pra mim. E hoje, falarei de um estilo de mangá diferente: o Yonkoma (ou 4-koma). Este estilo de mangá tem crescido cada vez mais, e conquistado cada vez mais fãs. Porém, existem ainda alguns que olha torto para esse estilo. E estou aqui hoje para justamente para falar sobre este “estilo” de mangá e os motivos para vê-lo como um mangá como qualquer outro! Depois, deixem seus comentários, falando o ponto de vista de vocês!
O que é Yonkoma?
Yonkoma, para quem não sabe, é um mangá no formato de tirinhas composto por quatro painéis de tamanhos iguais ordenados de cima para baixo (podem ser ordenados também da direita pra esquerda horizontalmente ou usar um estilo híbrido 2x2, o que varia de acordo com layout da publicação). No mundo todo yonkoma vem do japonês, mas o estilo existe fora do Japão em outros países da Ásia e no continente americano também. Eles são, mais ou menos, assim: 
Funciona da seguinte forma: No primeiro quadro, se forma a base da história e mostra os personagens e o cenário; No segundo, se desenvolve a situação com base nas informações do primeiro quadro; No terceiro, é o clímax, onde ocorre uma situação inesperada; E no quarto e último quadro, temos o desfecho (geralmente cômico) da história, sendo que os efeitos do terceiro quadro surtem aqui.
Considerações Técnicas
O yonkoma pode se caracterizar por apresentar situações de comédia, e na maioria das vezes, não ter nenhuma trama específica, consistindo apenas em situações episódicas (claro que há exceções). Por isso, tem gente que olha meio torto para este tipo de mangá. Eu, por exemplo, conheço um cara que é “chato” em relação a mangás (os únicos que ele gosta mesmo são Haikyuu!!, One Piece e Zettai no Tempest), e pelo que sei dele, com certeza ele não demonstraria interesse algum em mangás yonkoma. Não estou tentando obriga-lo a gostar de yonkoma, pelo contrário, se ele não gosta, isso é o estilo dele, cada um tem o seu. O que quero dizer é que tem gente que julga mangás yonkoma como coisas infantis e que não vende nada e nem tem sucesso, sem nem mesmo conhecer. Por isso, acredito que primeiro devemos conhecer para enfim decidimos se gostamos ou não. Fora que não é o estilo de mangá quem define se a história é boa ou não: Assim como existem mangás de luta e aventura bons, existem outros que são muito ruins (mas aí é do gosto de cada um determinar o que é bom ou ruim).  Embora a grande maioria dos mangás desse estilo sejam de comédia, um mangá não tem uma comédia igual a outra (talvez só um pouquinho). E sobre esse papo de não ser um sucesso: Papo furado! Embora não façam tanto sucesso quanto os shonens da famosa Shonen Jump, os yonkoma podem fazer bastante sucesso, até mesmo um sucesso gigante. Quer um exemplo: Atire a primeira pedra quem não conhece, ou pelo menos nunca ouviu falar, o nome K-On!.
O anime sobre garotas colegiais de um clube de música e que adoram tomar chá e comer bolos é, com certeza, um dos animes mais conhecidos do mundo otaku. Ou não me diga que você nunca encontrou alguma coisa (cosplay, DVD, chaveiro, miniatura, etc.) relacionado a K-On!? Pois é, e este anime que tem vários fãs começou como um mangá yonkoma, escrito por Kakifly (que por sinal, é um homem, o que prova que homens também podem escrever séries shoujo). K-On! (ou Keion!) é a prova que yonkomas podem fazer um grande sucesso. Se não, por que os estúdios iriam investir em um anime baseado neles? Os estúdios Kyoto Animation e A-1 Pictures estão aí como prova. Eles são estúdios famosos, e investiram em animes baseados em yonkomas: K-On!, Nichijou e Lucky Star pela Kyoto Animation; Working!! E Servant x Service pelo A-1 Pictures. Além disso, estúdios menores como Nomad e Dogakobo também são bons exemplos de produtores de animes Yonkoma, tendo como exemplo Kitakubu Katsudou Kiroku e Love Lab, respectivamente.
Enfim, Yonkoma é algo que faz parte da cultura otaku, e não podemos negar. Vejam bem, eu reforço o que já disse antes: não estou obrigando ninguém a gostar de algum mangá, só estou falando desse estilo de mangá. E não importa se é yonkoma ou não, a história pode ser boa ou ruim, depende do gosto de cada um.  E como eu já disse, na maioria das vezes, são comédias leves, como as tirinhas da Turma da Mônica. E, como eu falei, não costumam seguir uma história exata, os capítulos são episódicos, sem que um tenha relação com o outro. Há exceções, como K-On!, que mesmo sendo episódico, segue a história do colegial das personagens. E mais: dependendo da história, as situações podem ser simples (como em Lucky Star ou K-On!) ou então totalmente absurdas (como em Nichijou! e Kitakubu Katsudou Kiroku).
Mas alguns absurdos podem ser bons, não? Em Kitakubu Katsudou Kiroku, as garotas vivem situações inusitadas e, comumente, absurdas. Os capítulos são episódicos, e várias vezes, elas demonstram ter noção de que estão em um anime. No episódio 11, por exemplo, elas acabam confundindo com o último episódio e fazem uma reunião cômica para decidirem como deve ser o último episódio. Mas não há mangás que já fazem coisas assim? Quer dois exemplos bem famosos? Gintama e Sket Dance. Ambos são da famosa Shonen Jump e fazem coisas do tipo, além de apresentarem alguns absurdos. E nem são yonkomas! Ou seja, que diferença haveria entre o yonkoma e o mangá comum? E olha que Gintama é um mangá bastante famoso. Por isso, o dogma de que mangás normais vendem mais que yonkomas também não é verdade, e até porque, um mangá vende se sua história agradar os leitores de determinada revista!
Comentários Gerais
Apesar de tudo que falei, é fato que ainda são poucas as editoras que publicam esse tipo de material. Por enquanto, temos quatro representantes: Houbunsha, Square Enix, Ichijinsha e Kadokawa Shoten. E yonkomas costumam ser publicados em revistas mensais, bimestrais ou trimestrais. Por isso, leva um bom tempo para uma publicação desse tipo de mangá ser concluída. Lucky Star, por exemplo, está aí desde 2004, com apenas 10 volumes publicados até agora. Fora que dificilmente, veremos esse tipo de publicação aqui no Brasil. Até agora, temos como representante desse tipo o mangá K-On!, publicado pela editora NewPop. Ainda sim, acredito que se deve investir neste tipo de mangá. A NewPop, graças ao K-On!, provou que esse tipo de publicação pode render para a editora. Mas também pode não dar certo, algo que acontece com qualquer mangá. De qualquer forma, deixo vocês aprovarem ou não. Se vocês não gostam de comédias, então com certeza não vão gostar de yonkomas.  Agora, se você gosta de ler comédias para se divertir muito, aí sim os yonkomas são recomendados. Eu recomendo dois especificamente: Servant x Service e Working!!, ambos de Karino Takatsu. Mas a escolha fica a cargo de vocês.
E reafirmo mais uma vez que vocês quem escolhem o que querem. Tenha a liberdade para escolher se prefere mangás tradicionais ou o yonkoma. Não precisa gostar. Eu estou aqui apenas para derrubar o preconceito (na verdade, é pré-conceito) em relação aos yonkomas. E digo: antes de olhar torto para algo, conheça antes, pois vai que seja algo bem legal. E após ler este texto, me diga se seu olhar mudou ou continua o mesmo. Digam nos comentários a opinião de vocês. Afinal, liberdade de expressão é algo bem legal e que todos deveriam ter, não?

Por MIKA

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